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02 novembro 2016

A festa do dia dos mortos no México

Morte: causadora de tantos medos, ela é encarada de forma bem diferente dependendo da sua localização geográfica. Em muitos países, é motivo de choro e luto demorado. Em outros, os doentes e idosos fazem de tudo para morrer em determinado lugar.  E existem os países que a encaram de frente. E com festa. Sim, a melhor palavra para definir essa época lá é “comemoração”, afinal a festa é das grandes.

De origem indígena, o Dia de Finados mexicano comemora as vidas dos ancestrais, que nessa época voltam do outro mundo para visitar os vivos. Os povos indígenas tinham cerca de um mês inteiro dedicado aos mortos: o nono do calendário asteca, equivalente ao nosso agosto. Quando os espanhóis chegaram naquelas terras, se assustaram com esses costumes e logo trataram de cristianizar a festa, que teve a data alterada para coincidir com o Dia de Finados católico.

Festa para os mortos realizada na Praça de Constituição, a principal da Cidade do México.

O resultado desse sincretismo religioso é uma festa única, que mistura Virgem Maria, crucifixos e vários elementos da crença asteca.

As famílias preparam verdadeiros banquetes, as pessoas se enfeitam e as crianças se divertem. Detalhe: se divertem nos cemitérios. De noite. E com os mortos.

As tumbas são decoradas e os vivos levam oferendas aos mortos. Um dos símbolos mais tradicionais da festa é a caveira doce, feita de açúcar. Essa guloseima é um presente para mortos e vivos, mas não é a única comida típica da época. Vale também levar a comida que o morto gostava, brinquedos para crianças e tequila para os adultos, tudo para animar a celebração.

A festa tem até cronograma organizando a chegada dos antepassados. Entre 31 de outubro e 1º de novembro, os mexicanos celebram as almas que morreram quando crianças, no Día de los Angelitos, ou anjinhos. Já o dia seguinte é dedicado a quem foi para o outro mundo durante a vida adulta.

Muitos dos antepassados preferem comparecer de forma espiritual mesmo, afinal de contas, eles já estão no outro plano e largaram completamente as coisas materiais. Mas há quem apareça em carne e osso.

Ou melhor, só ossos. É que algumas famílias têm o costume de abrir os túmulos, retirar os mortos de lá e limpar os restos mortais deles. E depois colocam os mortos nas tumbas para mais um ano de descanso, claro.

A festa dos mortos afeta vários aspectos da sociedade mexicana. Os jornais ficam cheios de charges e quadrinhos de esqueletos. E também são comuns as peças de teatro que contam a história de Don Juan Tenorio, drama escrito pelo espanhol José Zorrilla y Moral, mas que aparece de várias formas na cultura latina.

Don Juan é um sujeito que vive para seduzir mulheres e lutar com homens. Essa é uma parte da festa que talvez muitos brasileiros conheçam: uma das versões da história de Don Juan é contada pelo turma do Chapolin (e do Chaves), no episódio "A História de Don Juan Tenorio".

Uma frase clássica desse episódio é de Ramón Valdés, o Seu Madruga, que canta para os mortos, no cemitério: “não tava morto, só andava falecido”.

Frase, inclusive, que parece refletir bem o que significa a morte na cultura mexicana.


Fonte principal: https://papodehomem.com.br/o-dia-dos-mortos/

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