Do UOL, em São Paulo - 14/07/2015
- A face de Plutão -
Por volta da 08h49 (horário de Brasília) do dia 14/07/2015, a sonda New Horizons passou a menos de 12.500 quilômetros da superfície de Plutão, ponto mais próximo que uma missão espacial chegou do planeta anão até hoje, de acordo com a NASA.
A aproximação foi feita a uma velocidade de mais de 49.300 km/h, depois de uma viagem de 5 bilhões quilômetros. Comentaristas da TV da NASA chamaram a missão de "histórica" e de "uma incrível viagem".
Allan Stern, chefe da missão, disse que a equipe espera que até as 21h00 (do horário local, 22h00 em Brasília) desta terça-feira eles saibam se a sonda sobreviveu a missão. "É um pequeno drama, já que é uma verdadeira exploração", disse. O perigo é considerado baixo, de um para 10 mil, mas há chances da sonda ser atingida por algum material espacial na região próxima a Netuno, conhecida como o cinturão de Kuiper.
No entanto, as primeiras informações sobre o planeta anão devem demorar horas para serem enviadas à NASA e as primeiras imagens podem ser vistas somente no dia seguinte.
Em parte pela simplicidade, em parte por conta da economia local, os instrumentos e a antena da sonda estão presos ao corpo da espaçonave, e não em uma plataforma móvel. Isso significa que a New Horizons não é capaz de tirar fotos e conversar com a Terra ao mesmo tempo. Ela fará apenas uma pausa breve para enviar uma mensagem de volta e informar os cientistas e engenheiros de que sobreviveu ao encontro, além de fornecer alguns detalhes de engenharia a respeito dos eventos daquele dia.
Quatro horas e meia depois, que é o tempo que a luz demora para viajar os quase 5 bilhões de quilômetros de Plutão até aqui, a mensagem chegará ao centro de controle. As primeiras fotos serão enviadas para a Terra no dia seguinte. Por conta do grande volume de dados, o ritmo lento da transferência e a necessidade de compartilhar a Rede de Espaço Profundo da NASA com outra espaçonave, será necessário um ano e meio para que toda a informação seja transmitida por rádio até a Terra.
Stern disse que espera ter coletado o máximo de dados sobre o planeta anão até novembro deste ano.
1. Longe e pequeno
O planeta-anão fica a cerca de 4 bilhões de quilômetros da Terra. Ele tem cerca de 2.360 quilômetros de largura, menor que a nossa Lua. A nave espacial não tripulada passa por Plutão a uma velocidade de 49,6 mil quilômetros por hora.
2. Fotos e medições
Durante a passagem, os sete instrumentos a bordo da New Horizons vão analisar Plutão e suas luas, tanto com medições topográficas quanto de composição de sua atmosfera. A chegada foi calculada para que a lua Charon estivesse do lado noturno de Plutão, ou seja, se alguém estivesse na superfície de Plutão, veria Charon do lado escuro e a luz refletida de Charon a Plutão, é forte o bastante para iluminar as fotografias.
3. Coração de Plutão
Na parte inferior direita da foto é possível enxergar um formato de coração. A imagem foi feita a 6,7 milhões de quilômetros de distância. A ideia de chegar mais próximo é conhecer melhor a formação do planeta.
4. Vista de muito, muito perto
Alan Stern, o pesquisador chefe da missão, gosta de dizer que se a New Horizons fosse observar Manhattan, em Nova York, de uma distância similar, suas lentes telescópicas seriam capazes de observar os lagos do Central Park.
5. Conhecido há 85 anos
Plutão foi descoberto pelo astrônomo Clyde W. Tombaugh há 85 anos. O Observatório Lowell, que tinha o direito de nomear o novo planeta, recebeu mais de 1.000 sugestões de nomes de todo o mundo, mas o vencedor veio de uma menina de onze anos em homenagem ao deus romano do submundo, Plutão, adequado para um objeto presumivelmente escuro e gelado.
6. Vulcões de gelo em erupção
A fina atmosfera de Plutão é feita de nitrogênio e metano, com tempestades de gelo e neve. Sua superfície provavelmente tem vulcões de gelo em erupção.
7. Região cheia de planetas anões
Plutão se converteu no arquétipo do que os astrônomos chamam de "terceira zona" do Sistema Solar. Além de planetas rochosos como Mercúrio, Vênus, Terra e Marte e dos gigantes de gás como Júpiter (e Saturno, Urano e Netuno), é possível que existam milhões de mundos gelados dando voltas em torno do Sol no Cinturão de Kuiper. Plutão é o maior dos astros desta região.
8. Lembranças da Terra
A New Horizons leva uma série de lembranças sentimentais da Terra, incluindo as cinzas de Tombaugh, que morreu em 1997; um CD-ROM com os nomes de 434.000 pessoas que responderam a um chamado feito pela Nasa para que as pessoas enviassem seus nomes a Plutão; algumas moedas de Maryland (onde a nave foi construída) e da Flórida (de onde foi lançada).
9. Missão durou 14 anos
Demorou muito tempo para chegar até Plutão: 14 anos desde a proposta inicial e 9 anos e meio desde que a New Horizons deixou a Terra em janeiro de 2006.
10. Planeta anão
Em 2006, foi descoberto um corpo celeste mais distante que Plutão e que parecia ser maior. Ou esse mundo, chamado de Éris, em homenagem à deusa grega do caos e da discórdia, também seria considerado um planeta, ou Plutão teria que ser rebaixado. A União Astronômica Internacional então decidiu que para que um objeto fosse um planeta ele teria que puxar todos os objetos ao seu redor para sua órbita. Plutão é pequeno demais para ter muita força gravitacional, de forma que a organização criou uma nova classificação para Plutão.
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