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08 dezembro 2013

A COISIFICAÇÃO DO HOMEM

A Coisificação do Homem

Coisificação.

A “coisificação” do homem é um sinal do trágico destino da humanidade: a banalização da vida, a perda de valores éticos e morais, invertendo a prioridade da “coisa” sobre a vida. O crescente hedonismo coisifica o homem, pois este passa a ser um instrumento com uma finalidade única e suprema do prazer.

Vende-se a todo instante, através dos meios de comunicação ou por propagandas disseminadas entre as pessoas, a vida fácil, o prazer instantâneo, o valor do “ter” sobre o “ser” das pessoas. O jovem é o alvo mais freqüente e é bombardeado insistentemente com essa inversão de valores. Mas os adultos também são vítimas. Basta uma olhadela na rua ou folhear uma revista para percebermos a banalização da vida humana.

O relativismo moral e religioso é o responsável por essa inversão de valores, que coloca em risco a própria existência do homem. Tudo é verdadeiro e tudo é permitido desde que seja agradável e prazeroso; melhor ainda se for rápido, instantâneo! As pessoas precisam ser críticas a tudo que é colocado à sua disposição, principalmente quando algo é oferecido de forma muito fácil e graciosa: há que se investigar o que está por trás dessa generosidade suspeita.

A pressão para a legalização do aborto, alegando motivos invertidos como justificativa é um exemplo. Oras, alega-se que se há abortos clandestinos, precisamos legalizá-los. Baseando-se nesse raciocínio: se ninguém respeita o limite de velocidade na cidade e estradas, porque não liberá-los? Não! Limita-se a velocidade porque o seu excesso é um risco para vidas humanas. O mesmo raciocínio deve ser aplicado com relação ao aborto – um atentado contra a vida humana. Ainda: se há assaltos a bancos, porque não estudamos uma forma de legalizá-los? Porque o dinheiro é poderoso e é necessário guardá-lo a sete chaves. Então porque não preservar a sete chaves a vida humana, ainda que tenha apenas dias ou semanas, dentro de um útero materno?

Mais uma vez, a solução mágica é apresentada. Como no caso das cotas, aonde é muito mais fácil e eleitoreiro criá-las do que o demorado, mas necessário, investimento na melhora da qualidade da educação pública (Ensino Fundamental e Médio). Se há abortos clandestinos, é muito mais fácil legalizá-lo do que investir em educação e saúde para impedir gestações inconseqüentes. Há a necessidade de parar com os abortos – clandestinos ou não! O caminho correto é a educação. Também urge fiscalizar e condenar aqueles que promovem essa prática clandestinamente.

É preciso parar com essa inversão de valores. É preciso por os “pingos nos is” corretamente. Definitivamente. E assim, livrar as pessoas da banalização da vida humana.

O ser humano é dotado de inteligência. Deve utilizá-la para tomar suas decisões. Deve empregá-la a serviço da vida e da permanência da humanidade sobre a terra. Campanhas de proteção de árvores e matas são lançadas a todo o momento: sim, necessitamos preservar a natureza para sobrevivermos. Mas de que adiantará preservá-las, se o homem aniquila-se a si próprio?

Texto publicado no Jornal de Londrina - edição de 19/10/2007 - pág 02 (como publicado).

Humanização das coisas e coisificação do homem?

A população cada vez mais troca de celular, optam por smartphones que por sua vez veem com lemas como "MAIS HUMANO COMO NUNCA", ferramentas que não usamos, mas mesmo assim almejamos por puro status. A tênue linha entre ser e querer está prestes a se romper.

Ex: Uma pessoa cai no chão é motivo de gargalhadas, mas se o nosso celular cai no chão e, na maioria das vezes, quase temos um ataque cardíaco.

Afinal o que está sendo consumido? Nós ou o que compramos? Compramos cada vez mais, sem nos preocuparmos com as consequências disso, Lord Henry, antagonista do homônimo de Oscar Wilde (O Retrato de Dorian Grey) disse: "A única maneira de nos livrarmos de uma tentação é cedermos a ela". Essa tentação compulsiva de ter está sendo nosso lobo?

Ex: Hoje em dia compramos desde aparelhos que não utilizamos a carros exorbitantes, apenas por status. Estamos sendo comercializados, uma prisão sem muros, estampados em uma vitrine onde quem tem mais é melhor. E nosso consumo não para apenas nos objetos, ele se alastra até nossos corpos, compramos silicone, retiramos aqui, colocamos lá. Estamos virando coisas e as coisas estão virando humanas.

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