Os planetários não são instrumentos de ensino formal e sim de ensino não formal, embora sirvam muitas vezes de apoio a este. Um Planetário é um grande teatro de estrelas, é um simulador do céu onde a ciência a cultura e a arte se encontram. Em uma sala circular, com um teto em forma de cúpula, sentamo-nos, olhamos para cima e vemos a esfera celeste em todo o seu esplendor, encontrando projetadas nesta semi-esfera mais de 6.000 estrelas, constelações, planetas, cometas, nebulosas, estrelas cadentes, além do Sol e da Lua, desenvolvendo em seu trajeto aparente pela cúpula negra que nos envolve, representando eclipses, estações do ano e outros fenômenos astronômicos. No Planetário, graças a recursos como a precessão viajamos imaginariamente através de imagens pelo tempo e pelo espaço. Regressamos a épocas passadas a partir do tempo presente, observando em todos os seus detalhes o céu da data que escolhemos.
Planetário.
Através dos projetores de panoramas, nossos horizontes permitem que nos aventuremos em viagens espaciais, sentindo-nos sobre a superfície da Lua, de Marte ou outros planetas ou até mesmo envoltos por outras galáxias, vivendo em imagens que os homens do futuro talvez transformem em realidade. Por isto um Planetário é um espaço único, sem similares entre as diversas áreas de cultura, ciência, turismo e lazer. Em um Planetário atualizamos nossos conhecimentos astronômicos e nos colocamos frente à frente com o Universo.
Os Planetários no Brasil e no mundo atendem muito mais do que a população de suas cidades regionais, recebendo visitantes até mesmo de outros estados, como turistas, ou em grupos organizados, (estudantes) especificamente para visitar o Planetário.
HISTÓRICO
O primeiro planetário no mundo a usar o método de projetar o céu em uma abóbada foi inaugurado em 1923, desenvolvido e produzido pela firma Carl Zeiss, e instalado no Deutsches Museum (Museu Alemão), em Munique, na Alemanha. O Planetário do Deutsches Museum devido seu grande sucesso ficou conhecido como "a maravilha de Jena". A partir dai a Zeiss tem se dedicado a construção de Planetários, tornando-se a primeira construtora mundial destes instrumentos, assim várias capitais no mundo vêm implantando, desde aquela época planetários, sempre como um importante ponto de atração na vida cultural da cidade. Hoje quase toda grande cidade no mundo possui o seu. Mais de 500 planetários Carl Zeiss Jena já foram instalados em todas as partes do mundo durante o século XX.
A Carl Zeiss Jena é a líder mundial na produção destes equipamentos, embora hoje existam outros fabricantes de Planetários tão bons como os Zeiss como a Spice e GOTO.
Os planetários inicialmente desempenhavam a função de importante instrumento de ensino formal, mas com o avançar e popularização da astronomia chegou a função atual que é basicamente a do ensino não-formal, um teatro científico-pedagógico, principalmente após a chegada do homem ao espaço sideral, o advento dos satélites e o envio de naves a outros planetas. Além de representar, também uma importante atração turística.
A equipe que trabalha em um planetário deve ser bastante diversificada pois como envolve as mais diversas áreas do conhecimento humano, tais como fisica, matematica, geografia, artes, engenharia, ensino fundamental e publicidade e propaganda. Geralmente os Planetários estão em salas de projeção semi-esféricas, mas outras formas também existem. Trabalham nos Planetários os Astronomos Planetaristas e Monitores de Astronomia que levam o telespectador a uma viagem imaginária: ao desvendar do cosmos.
QUEM TRABALHA EM UM PLANETÁRIO?
Os Astrônomos Planetaristas, um tipo de astrônomo dedicado a divulgação da Astronomia. A saber: Astrônomo é todo profissional que trabalha com Astronomia e recebe para isto, portanto nem todos Astrônomos são Físicos ou Astrofísicos, muitos são provenientes de áreas afins como Engenharias, Matemática e Geografia. No caso dos Planetários Brasileiros os funcionarios que irão trabalhar com Astronomia, para serem Astrônomos Planetaristas desenvolvem um curso orientado no próprio planetário, com 360 horas de Astronomia aplicada a Planetários, que envolve desde Astronomia Fundamental à Metodologia de Ensino. Monitores Planetaristas, são jovens estudantes de terceiro grau, que após realizarem cursos de curta duração, aproximadamente 180 horas, orientados por Planetaristas e Astrofísicos, tornam-se operadores de Planetários.
QUAL A FUNÇÃO DOS PLANETÁRIOS DE UNIVERSIDADES?
A principal função de um Planetário é a do ensino não formal, é divertindo a população que um planetário pode ensinar; assim também nas universidades os planetários devem estar voltados a complementação cultural da comunidade, devendo como órgãos de extensão, da universidade para com a comunidade, levar os conhecimentos em astronomia a estudantes de nivel fundamental, intermediário e universitário e ao público em geral. Para uma maior autonomia do Planetário ele deve estar ligado a reitoria ou a organismo de extensão da universidade (pró-reitoria) e jamais ligado a um centro ou departamento, pois os conhecimetos envolvidos atingem as mais diferentes áreas do conhecimento como comunicação social, ensino, ciências exatas, ciências tecnológicas, ciências agrárias.
PLANETÁRIOS NO BRASIL
Na América do Sul o primeiro Planetário foi o de Montevideo, o segundo foi o da cidade de São Paulo, comprado para as comemorações do seu Quarto Centenário, em 1954, da firma Carl Zeiss (Alemanha). Este equipamento "PLANETÁRIO DO IBIRAPUERA" opera ainda hoje.
Planetário do Ibirapuera em São Paulo, SP.
O segundo Planetário Brasileiro foi instalado em 1961, na Escola Naval, Rio de Janeiro, um pequeno planetário ZKP1 Zeiss, para adestramento dos alunos em navegação astronômica.
O segundo Planetário Brasileiro foi instalado em 1961, na Escola Naval, Rio de Janeiro, um pequeno planetário ZKP1 Zeiss, para adestramento dos alunos em navegação astronômica.
Em 1968 o então Reitor da Universidade Federal de Santa Maria José Mariano da Rocha Filho em uma viagem a Alemanha iniciou as tratativas para a compra de 6 Planetários Zeiss SpaceMaster para o Brasil, negociações estas que foram concluídas por ordem do amigo de Mariano e então Ministro da Educação Tarso Dutra. Em 1971 foram inaugurados os Planetários do Rio de Janeiro e da Universidade Federal de Santa Maria, em 1972 os Planetários de Goiania e Pôrto Alegre, seguindo-se o Planetário de Brasilia. Florianópolis e Curitiba instalaram modelos pequenos, Zeiss, tipo ZKP-1, em 1975, com assentos para 60 e 80 pessoas respectivamente. O primeiro Planetário do Nordeste é o da cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba, o último dos Planetários negociados em 1968, modelo Zeiss Spacemaster, inaugurado em 1983. Em 1985 Campinas (SP) instalou um modelo Zeiss ZKP-2 e em 1986 Vitória, ES, um modelo Zeiss ZKP-2P.
Em 1997 Feira de Santana, BA e Recife, PE, instalaram planetários de pequeno porte, seguidos em 1998 por Natal (RN).Estes três últimos utilizam apenas a técnica de um cilindro com uma lâmpada, que projeta sombras. Não usam sistema ótico. Desse sistema existem outros no Brasil. Em setembro de 1998 a cidade do Rio de Janeiro-RJ inaugurou o novo planetário, modelo Carl Zeiss Universarium VIII, de fibra ótica, com capacidade para 300 pessoas. Possui também, um cinema hemisférico de 180 graus. O conjunto está construído ao lado do antigo Planetário. Pertence a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro-RJ.
Em abril de 1999, a cidade de Fortaleza (CE) inaugurou o seu planetário Zeiss ZKP3, em setembro de 1999, a cidade de Belém (PA) inaugurou também seu moderno planetário Zeiss ZKP3, em configuração.
Ser astrônomo planetarista requer muito mais que conhecimentos astronômicos, mas também, muito de comunicação social, locução e até noções de teatro e dramaturgia... Tudo isso sem falar no ingrediente principal: a VOCAÇÃO. Coisa que os planetaristas do Ibirapuera tinham de sobra nas primeiras décadas de sua fundação.
ResponderExcluirO Prof. Orsini (Diretor e fundador do Plan. do Ibira) pinçava da Escola Municipal de Astrofísica os seus melhores alunos escolhidos a dedos depois de longa observação de sua dedicação e interesse pela matéria. - Não era qualquer um que podia operar e fazer as sessões do planetário, mas apenas os mais qualificados e vocacionados para fazê-lo ao vivo, tanto a operação do projetor, quanto a locução e até mesmo a sonoplastia era tudo realizado sem nenhuma automação, onde a criatividade e o talento de cada equipe refletia na qualidade das sessões.
Não haviam funcionários, mas sim Voluntários recebendo apenas um pró-labore para custear a condução e um lanche. Mas, mesmo nessa situação apenas os mais competentes e dedicados operavam aquela magnífica máquina para o público.
Não é atoa que o Planetário do Ibirapuera recebeu por seguidos anos o prêmio Zeiss de melhor planetário do mundo naquela época.
Salvo raríssimas e honrosas exceções, infelizmente hoje o nosso planetário virou cabide de concursados da prefeitura.
Hoje tudo automatizado, gravado e programado as sessões são frias de emoção, pobres em conteúdo e desinteressante para os mais leigos. Seus operadores podem até ter passado nas provas formais, mas são simplesmente funcionários públicos cumprindo horário, sem nenhuma vocação como outrora... É uma pena.
Obrigado pelo comentário muito inteligente, e que relembra tempos quando se trabalhava pelo gosto que se tinha pela profissão ou atividade (até sem fins lucrativos).
ExcluirAcho que hoje temos poucas apresentações no Ibirapuera (poderíamos ter mais horários disponíveis)... mas... hoje em dia precisa-se pensar muito no lucro, e ainda tem o problema da falta de interesse dos brasileiros por assuntos científicos e conhecimentos gerais, que está piorando.
Por exemplo: pergunte às pessoas quem são Ronaldo Mourão ou Marcelo Gleiser, e veja que certamente quase todos não saberão responder... mas pergunte da dança da garrafa, e aposto que a maioria sabe o que é.
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