18 setembro 2025

FORD-COSWORTH DFV 3.0 V8 F1 (Part 2 of 2)

FORD-COSWORTH DFV 3.0 V8 F1



Quando os Motores Ford-Cosworth Dominaram a F1

A parceria entre a Ford e a Cosworth está presente na Fórmula 1 há décadas, embora seu ano de ouro tenha sido 1973, com domínio absoluto.

Em 7 de outubro de 1973, um marco histórico ocorreu na F1: a Lotus venceu o Campeonato de Construtores com um motor Ford-Cosworth, seguida por outras quatro equipes que também usaram o lendário V8. Um período de domínio para as duas marcas que durou quase duas décadas.

A parceria entre as duas empresas começou no final da década de 1950, quando a Cosworth começou a modificar os motores Ford para corridas. E a marca fundada por Henry Ford sempre gostou de deixar que grandes mentes a levassem ao topo. Carroll Shelby em Le Mans e na corrida de endurance, por exemplo.

Voltando à Fórmula 1, no final da década de 1960, o fundador da Lotus Cars e diretor da equipe Lotus F1, Colin Chapman, convenceu a Ford a dar ao então um dos dois proprietários e fundadores da Cosworth (Keith Duckworth) a oportunidade de construir um motor que dominaria o grande evento nos anos seguintes.

Assim nasceu o DFV, sigla derivada de "double four-valve" (quatro válvulas duplo). O design era "simples": dois motores de quatro cilindros em linha de 1,8 litro dispostos em V a 90 graus. E não, não era o mais potente de sua época. Outras equipes, como a Ferrari, tinham unidades V12 com mais potência, mas o trunfo da Ford-Cosworth era seu peso, entre outras vantagens de seu design superior.

O DFV e suas sucessivas atualizações dominaram a Fórmula 1 pelos 20 anos seguintes, vencendo 167 corridas e dando à Cosworth uma imagem de marca que jamais seria esquecida.

Jim Clark iniciou essa sequência de vitórias com seu Lotus 49 no Grande Prêmio da Holanda de 1967, e o motor foi amplamente utilizado por equipes como Tyrrell, McLaren, Brabham e March, entre outras.

De fato, na década de 1970, havia apenas duas equipes com motores que não ostentavam o selo americano: Ferrari e BRM, especificamente, eram as únicas com alguma relevância.

Mas em 1973, veio o golpe final: a Lotus venceu o Campeonato de Construtores, seguida pela Tyrrell — com quem Jackie Stewart venceu o Campeonato de Pilotos — McLaren, Brabham e March. As cinco primeiras posições foram para equipes com motores Ford-Cosworth. Outras três completaram o top 10, atrás da Ferrari (6ª) e da BRM (7ª).

Um domínio avassalador raramente visto de uma fabricante de motores que nem sequer tinha sua própria equipe. Poderia ter sido um marco superado em 1975, quando 12 das 13 equipes do Campeonato Mundial de F1 (Brabham, McLaren, Hesketh, Tyrrell, Shadow, Lotus, March, Williams, Parnelli, Hill, Penske e Ensign) usaram este motor V8. E todas foram ultrapassadas por Niki Lauda e sua Ferrari 312T.

No entanto, como em toda era de domínio, veio o declínio. Na década de 1980, apesar das atualizações e de um novo motor DFY, a chegada dos turbocompressores superou os motores naturalmente aspirados. Entre eles, os motores Ford-Cosworth. E embora o famoso V8 tenha conquistado alguns pontos a mais com equipes como a Tyrrell no início da década de 1990, ele gradualmente desapareceu de cena nas últimas três décadas.

Algumas equipes confiaram na Cosworth para seus motores, como Jordan, Lotus, McLaren ou Benetton — com quem Michael Schumacher venceu o Campeonato Mundial de Fórmula 1 em 1994 —, a Williams em 2006, ou equipes de ponta como a Team USF1, a Hispania Racing F1 Team, a Virgin Racing ou a Marussia.

2013 foi o último ano em que os motores Cosworth chegaram às pistas de Grande Prêmio, mas eles já eram história muito antes disso. Um domínio que, dado o atual — e futuro — leque de motociclistas, com a possibilidade de Audi e Porsche chegarem em 2026, nunca se repetirá na categoria.


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