25 maio 2015

EVOLUÇÃO HUMANA (Parte 4) Australophitecus

Australopithecus

Os Australopitecos (Australopithecus) (Latim australis "do sul", Grego pithekos "macaco") constituem um gênero de diversos hominídeos extintos, bastante próximos aos do gênero Homo e, dentre eles, o A. afarensis e o A. africanus são os mais famosos. O A. africanus, primeiro descrito por Raymond Dart, com base no "crânio Infantil de Taung", datado em 2,5 a 2,9 milhões de anos, foi considerado durante muito então o ancestral direto do gênero Homo (em especial da espécie Homo erectus).

As descobertas recentes de outros fósseis de hominídeos, mais antigos que o A. africanus e que, contudo, parecem pertencer ao gênero Homo, colocaram em dúvida aquela teoria: ou o gênero Homo se separou do Australopithecus anteriormente do que se pensava (o ancestral comum mais antigo que se conhece pode ser o A. afarensis ou outro ainda mais antigo), ou então ambos se desenvolveram independentemente a partir de um outro ancestral comum, ainda desconhecido.

Os australopitecíneos parecem ter aparecido há cerca de 3,9 milhões de anos. Os cérebros da maior parte das espécies de Australopithecus conhecidas eram sensivelmente 35% menores que o do Homo sapiens e tinham pequeno tamanho, geralmente não mais de 1,2 m de altura.

O registro fóssil parece indicar que o gênero Australopithecus é o ancestral comum do grupo de hominídeos distintos reconhecidos nos gêneros Paranthropus Homo. Ambos gêneros eram formados por seres mais avançados no seu comportamento e hábitos que os Australopithecus, que eram praticamente tão bípedes como os chimpanzés. Contudo, apenas os representantes do gênero Homo viriam a desenvolver a linguagem e a aprender a controlar o fogo.

Apesar de haver diferenças de opinião a respeito das espécies aethiopicus, boisei e robustus deverem ser incluídas no gênero Australopithecus, o consenso atual na comunidade científica é de que eles devem ser colocados no gênero Paranthropus, que se pensa ter-se desenvolvido a partir do ancestral Australopithecus. Paranthropus, que é mais maciço e robusto e também morfologicamente diferente dos Australopithecus, com a sua fisiologia especializada, deve ter tido um comportamento bastante diferente do seu ancestral.

Australopithecus afarensis, Australopiyhecus africanus e Paranthropus robustus (sinônimo: Australopithecus robustus).

A existência do Australopithecus desmente a teoria de que a inteligência humana se desenvolveu primeiro e o bipedalismo depois, uma vez estas espécies tinham um crânio não significativamente maior que o de um chimpanzé atual e, no entanto, eram definitivamente bípedes, o que sugere que foi o bipedalismo que tornou possível a inteligência humana e não o contrário.

Pensa-se ainda que a maior parte das espécies de Australopithecus não era melhor adaptada ao uso de instrumentos que os atuais símios.

Entretanto, Australopithecus garhi parece ter sido o mais avançado nesta linha, uma vez que os seus fósseis têm sido encontrados juntamente com instrumentos e restos de animais retalhados, o que sugere que esta espécie teria iniciado uma indústria primitiva de fabrico de instrumentos. Isto leva muitos cientistas a supor que A. garhi é o ancestral mais próximo do gênero Homo.


O grupo de ancestrais humanos australopitecíneos é chamados de grupo dos Australopithecus, expostos a seguir:

     - Australopithecus anamensis
     - Australopithecus afarensis
     - Australopithecus africanus
     - Australopithecus garhi

Localização geográfica de de fósseis de australopitecíneos encontrados em diversas regiões da África como Etiópia, Quênia e África do Sul.

  • Australopithecus anamensis (4,2 m. a. - 3,9 m. a.)

O Australopithecus anamensis é uma espécie de australopiteco descoberta em 1994 por Meave Leakey no Norte do Quênia. Seu nome deriva de anam que significa "lago" na língua Turkana local.

Os fósseis (21 no total) incluem a mandíbula e maxilar, fragmentos cranianos, e as partes superior e inferior do osso da perna (tíbia). Além disso, um fragmento de úmero encontrado há 30 anos no mesmo sítio em Kanapoi agora é atribuído à esta mesma espécie.

Os fósseis têm sido datados de 3,9 a 4,2 milhões de anos, sendo do início do Plioceno. A dentição é menos parecida com a dos macacos. O fóssil da tíbia indica que o A. anamensis era maior que o A. afarensis e o Ardipithecus ramidus, com um peso estimado entre 46 e 55 quilogramas, apesar de poder ter sido apenas um indivíduo maior da espécie. A anatomia semelhante a dos humanos indica que o A. anamensis era bípede na postura e na locomoção. A descoberta desta espécie forneceu uma nova data para o aparecimento da locomoção bípede, tendo ocorrido 500 mil anos antes da antiga datação, que foi para o A. afarensis.

A estrutura facial lembra a do A. afarensis em sua aparência de macaco. O Australopithecus anamensis poderia, possivelmente, ter sido ancestral do (A. afarensis).

Em 12 de Abril de 2006 foram descobertos fósseis no deserto de Afar, na Etiópia, do Australopithecus anamensis.

O Australopithecus anamensis, tinha uma dieta vegetariana, alimentava-se de frutas, folhas e sementes, vivendo em perfeita harmonia com os animais menores, que poderiam facilmente apanha para se alimentar. Eles eram pacíficos, e não caçavam os animais.

Concepção artística de um Australopithecus anamensis.

Reconstrução de esqueleto de Australopithecus anamensis.

Fragmentos fósseis de Australopithecus anamensis.

  • Australopithecus afarensis (4,0 m. a. - 2,7 m. a.)

Australopithecus afarensis é uma espécie de hominídeo extinto proposta em 1978 por Tim White e Don Johanson, com base no "joelho de Johanson's" encontrado por aquele antropólogo em Hadar, na Etiópia, em 1974. Os vestígios fósseis foram datados em 3,4 milhões de anos. O nome provém da região onde foi encontrado: a Depressão de Afar.

Até ao presente, foram já encontrados fragmentos desta espécie pertencentes a mais de 300 indivíduos, datados entre 4 e 2,7 milhões de anos, todos na região norte do Grande Vale do Rift, incluindo um esqueleto quase completo de uma fêmea adulta, que foi denominada Lucy.

Uma das características marcantes de Lucy é o tamanho de seu cérebro: 450 cm cúbicos. Um pouco maior que o cérebro de um chimpanzé moderno.

A 31 de Março de 1994 o jornal científico Nature reportou o achado do primeiro crânio completo de um Australopithecus afarensis.

Surgiu entre 3,8 e 3,5 milhões de anos atrás, no sul da África, sendo um possível ancestral do homem. Postura bípede, ereta ou semireta, media entre 1 e 1,5 metro, possuía testa pequena e maxilar proeminente.

Australopithecus afarensis (Lucy - fêmea adulta - reconstrução), no Museu de História Natural de Cleveland (Cleveland Natural History Museum).

Modelo de esqueleto de Australopithecus afarensis.

Vistas de modelo de crânio de Australopithecus afarensis.

Reconstituição de Australopithecus afarensis (Lucy).

  • Australopithecus africanus (2,0 m. a. - 3,0 m. a.)


O Australopithecus africanus é uma espécie antiga de hominídeo, um australopitecíneo que viveu entre 2 e 3 milhões de anos atrás, durante o período conhecido como Pleistoceno.1 Foi descrita por Raymond Dart em 1924, com base no "Crânio Infantil de Taung", um crânio de um ser jovem que Dart pensou ser o “elo perdido” da evolução entre os símios e os seres humanos. Dart considerou ser o achado relativo a uma espécie nova, devido ao pequeno volume do seu crânio, mas com uma dentição relativamente próxima dos humanos e por ter provavelmente tido uma postura vertical.

Esta revelação foi muito criticada pelos cientistas da época, entre os quais Sir Arthur Keith, que postulava que não passava do crânio de um pequeno gorila. Como o “crânio Infantil de Taung”, realmente um crânio dum ser jovem, havia espaço para várias interpretações e, mais importante, nessa altura não se acreditava que o “berço da humanidade” pudesse estar na África.

As descobertas de Robert Broom em Swartkrans, na década de 1930 corroboraram a conclusão de Dart, mas algumas das suas ideias continuam a ser contestadas, nomeadamente a de que os ossos de gazela encontrados junto com o crânio podiam ser instrumentos daquela espécie.

Fóssil de um crânio infantil de Australopithecus africanus descoberto na África do Sul em 1924, conhecido como "criança de Taung".

Reconstituição de adulto de Australopithecus africanus.

  • Australopithecus garhi (2,0 m. a. - 3,0 m. a.)


Australopithecus garhi é um hominídeo extinto cujos fósseis foram descobertos em 1996 por um grupo de investigadores, liderado pelo paleontólogo etíope Berhane Asfaw e o antropólogo norte-americano Tim White.

Inicialmente acreditou-se que era o elo perdido entre os gêneros Australopithecus e Homo, e portanto um ancestral da espécie humana. Contudo, A. garhi é mais avançado do que qualquer outro australopiteco e uma espécie contemporânea (ou quase) das espécies ancestrais do gênero Homo, portanto não sendo um provável ancestral humano. Os restos fósseis achados procedem de um lapso temporal com escasso registro fóssil, entre 2 e 3 milhões de anos. Tim White foi o cientista que encontrou o primeiro dos fósseis de A. garhi, em 1996, próximo da cidade de Bouri, no rio Awash, na Depressão de Afar (Etiópia). A espécie foi confirmada e estabelecida como A. garhi em 20 de novembro de 1997 pelo paleontólogo etíope Haile-Selassie. Gahri, na língua afar, significa "surpresa".

Crânio de Australopithecus garhi reconstituído.

Características

Os traços de A. garhi são algo distintos dos tipicamente vistos em A. afarensis e em A. africanus. Um exemplo das diferenças pode ser visto ao serem comparados o maxilar encontrado em Hadar (Etiópia) e o espécime de A. garhi encontrado em Bouri. A capacidade cranial de A. garhi é de 450 cm³, parecida com a de outros australopitecos. A mandíbula achada por Asfaw tem uma morfologia geral compatível com a mesma espécie, ainda que é possível que pertença a outras espécies de hominídeos encontrados nos mesmos depósitos. Os estudos feitos nos pré-molares e molares mostram certa semelhança com os de Paranthropus boisei, que são maiores do que outras formas mais graciosas de australopitecos. Se for sugerido que A. garhi é um ancestral do Homo (ie. Homo habilis), a morfologia maxilar teria de evoluir rapidamente em apenas 200.000 ou 300.000 anos.


Tecnologia

Os poucos artefatos primitivos de pedra descoberto com os fósseis de A. garhi e datados em 2,5-2,6 milhões de anos lembram vagamente a tecnologia olduvaiense. Em 23 de abril de 1999, a revista Science publicou que estas ferramentas são mais antigas que as de Homo habilis, que é considerado um possível ascendente direto dos hominídeos mais modernos.

Durante muito tempo, os antropólogos sustentaram que a habilidade de fabricar ferramentas complexas era exclusiva de espécies próximas ao gênero Homo. Contudo, estas ferramentas antigas (cantos talhados e lascas) mostram o uso de várias técnicas que podem ser observadas nas indústrias mais tardias de Olduvay e St. Acheul. Mesmo assim, foram encontrado 3.000 artefatos toscos de pedra em Bouri, com uma idade estimada em 2,5 milhões de anos.


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Fonte principal: Wikipedia.

Um comentário:

  1. Ótimo site!!!
    Parabéns
    Queria inclusive pedir que se estiverem em posse de artigos específicos do
    A. Garhi me contatem por email. Necessito de informações sobre a espécie..
    Desde já agradeço.
    Parabéns novamente pela qualidade do site!! :)

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