29 junho 2017

A ORIGEM DO ÓRGÃO

ÓRGÃO / ORGAN

Órgão hidráulico de Ctesibios segundo a descrição de Hero de Alexandria. Ilustração do livro Denkmäler des klassischen Altertums (Monumentos da Antiguidade Clássica), de 1885, volume 1, página 565 - Fonte.
A história do órgão se inicia no século III a.C, com a criação do hydraulos ou órgão hidráulico pelo grego Ctesíbio de Alexandria.
O órgão hidráulico ou hidraulo[1] (em grego clássico: ὕδραυλις; transl.: hýdraulis) é um tipo de órgão de tubos acionado por ar através da força da água vinda de uma fonte natural (por exemplo, uma cachoeira) ou de uma bomba manual. Assim, o órgão hidráulico não precisa de fole, soprador ou compressor a gás. O instrumento foi inventado na Antiguidade, durante o período helenístico, tendo sido usado desde a Roma Antiga até o século XVII.

O órgão de fole

O órgão é um instrumento musical no qual o som é produzido pela passagem do ar comprimido através dos tubos de metal e madeira. De fato, este é considerado um dos instrumentos mais antigos de toda a música ocidental e o primeiro dos instrumentos de teclas. Os órgãos são conhecidos por sua utilização em grandes igrejas e sua tradição na liturgia cristã. Sua introdução no meio religioso é atribuída ao Papa Vitalian, no século VII.

Órgão de fole.

A história do órgão se inicia no século III a.C, com a criação do hydraulos ou órgão hidráulico pelo grego Ctesíbio de Alexandria. De fato, tal invento, desenvolvido a partir de uma flauta típica de origem grega, é considerado como o “patriarca” dos órgãos. O hydraulos foi amplamente usado durante vários séculos em festividades, no circo e em anfiteatros, até o surgimento do órgão pneumático no século IX, movido por foles manuais, sistema que até hoje ainda é fabricado.

Órgão de tubos - Fabricação.

A autorização do uso dos órgãos nas igrejas só foi concretizada em 1565, pelo Concílio de Milão. Estes eram os únicos instrumentos permitidos durante as celebrações religiosas. Tal realidade durou vários séculos, aspecto que levou o órgão a ter uma grande relevância e um papel de notória importância para as sociedades da época. Somente no ano de 1962, com o Concílio Vaticano II, é que outros instrumentos foram admitidos nas liturgias da Igreja Católica, aspecto que resultou no constante declínio do uso do órgão pneumático.

Já os órgãos eletrônicos surgiram somente nos anos 70, como uma evolução natural dos sintetizadores. Hoje em dia, são encontrados órgãos de todos os tipos, cada vez mais complexos e dotados de recursos inovadores.

Veja também: CLASSICAL MUSIC.

25 junho 2017

MEDIEVAL MUSIC / MÚSICA MEDIEVAL

Música Medieval

Os começos da música desconhecem-se. Segundo os mitos dos povos, a música é de origem divina. A ideia ocidental da música remonta à Antiguidade Grega, assim como às culturas antigas avançadas.

Mesopotâmia, Egito, Índia, China, Palestina, Itália (Roma). Podemos dizer que foi na Grécia que nasceu a nossa civilização. Aí, como em toda a parte, fazia-se música para as necessidades da religião, da magia, da medicina, da guerra… mas também para o prazer pessoal e dos outros.

A música dos gregos vem da Mesopotâmia, Ásia Menor, Egito…

As múltiplas reproduções em ânforas e a documentação literária na Ilíada e na Odisseia de Homero (séc. VIII a.C.) dão-nos uma ideia mais exata da música.

Para os gregos a música aparece ligada às figuras de Apolo, Dionísio, nove musas…

Música medieval.

Nos diferentes mitos o poder mágico desta arte está evidenciado. A palavra Música, Musike para os gregos, tinha um sentido mais vasto, ou seja, significava a união de diferentes artes, tais como, poesia, canto, dança e música instrumental. Mesmo em sentido especializado, ao nunca ser desenvolvida como arte autônoma, a música está quase sempre ligada à poesia, que é normalmente cantada e acompanhada por instrumentos. Predominava o canto com acompanhamento de instrumentos de corda, Kitharodia (de citara ou lira, associada a Apolo), executado pelos próprios heróis homéricos ou por cantores profissionais. Segundo a lenda, em 750 a.C., e graças ao frígio Olimpo, surge o canto com o acompanhamento do aulos (instrumento de sopro, associado a Dionísio), aulodia. Desde o séc. vi a.C., a lira e o aulos eram igualmente utilizados como instrumentos solistas.

A música grega parece ter sido essencialmente monódica. Os instrumentos poderiam talvez ornamentar a música vocal, ou num conjunto de instrumentos, alguns realizar ornamentos sobre o que os outros tocavam (heterofonia). Muita da música vocal, nomeadamente na recitação dos poemas heroicos ou nos coros das tragédias, teria, provavelmente, um carácter de cantilena; a melodia e o ritmo estavam intimamente associados à melodia e ao ritmo da poesia e à dança com que os coros, na tragédia e nos cultos religiosos, acompanhavam o seu canto. A música anotava-se mediante uma notação alfabética.





5 exemplos de música da idade média.

A música italiana não passou, entre os primitivos romanos, de uma imitação decadente da grande música helênica. Adotaram a prática e a teoria gregas, no entanto, não mantiveram a tradição grega pura. A música desempenhava um papel importante no culto, na sociedade, nos banquetes, na dança, nas representações dramáticas, no trabalho, no exército, etc..

Na época imperial (27 a.C- 476 d.C.) existiu uma música expressamente de entretenimento, destinada a grandes exibições de luta e aos espetáculos que aconteciam nos anfiteatros. Sêneca (Epístola 84) fala de coros com muitas vozes e de conjuntos de instrumentos de metal (por ser uma grande nação militar). Ouvia-se com frequência o órgão hidráulico, inventado no séc. III A.C. por Ktesibios, de Alexandria.

Idade Média (476-1450 C.)

As principais características da música medieval são:

Música Monofônica

A música mais antiga que se conhece, tanto sacra como profana, consiste numa única melodia. Na primeira fase, a música religiosa conhecida como canto gregoriano não tem acompanhamento; consistia em melodias que fluíam livremente, mantendo-se quase sempre, dentro de uma oitava e, preferencialmente, através de intervalos de um tom; os ritmos são irregulares, fazendo-se de forma livre, de acordo com a acentuação das palavras e o ritmo natural da língua latina; o canto gregoriano anotava-se mediante neumas (sinais que indicam movimentos ascendentes e descendentes). Alguns cantos eram executados no estilo antifonal (os coros cantam alternadamente) e outros no estilo responsorial (vozes do coro a responder a um ou mais solistas). As danças e canções (compostas pelos troubadours e trouvéres) são, na maioria, monofônicas – os instrumentos que deveriam acompanhar essas danças e canções incluíam charamela, cometo, órgão, carrilhão, cistre, harpa, viela, rebeca, saltério, etc..

Instrumentos musicais medievais.

Música Polifônica

As primeiras composições datam do séc. IX e consistem na sobreposição de duas ou mais melodias, ou seja, o chamado organum. A época Notre Dame constituiu um dos primeiros pontos culminantes na história da polifonia: o seu nome provém da escola de cantores da Catedral, desde 1163 até meados do séc.XIII. Aqui as partituras de organum alcançaram um admirável estádio de elaboração. Apenas o nome de dois compositores chegou até nós: o de Leonin (até 1180) e p de Pérotin (até 1200). os gêneros da época de Notre-Dame são, para além do organum, o motete e o conductus.

Muitas composições baseadas num cantus firmus tirado de um canto gregoriano, mas algumas peças são compostas de forma independente, como por exemplo o conductus – a música antiga, até ao séc. XII, empregou um sistema de escalas: os modos – maior preponderância de intervalos harmônicos.

"Violinos" (Vielle) Medievais.

Uníssono, quarta, quinta e oitava. Intervalos de terceira e sexta são mais frequentes no fim do período medieval; na Ars Antiqua (1240/50-1310/20), ritmos tomados da poesia; na Ars Nova (1320- 1380), mais flexíveis e ousados. A diferenciação dos ritmos no séc. XIII, para além de outras razões, criou a necessidade de definir ritmicamente a nota individual – notação mensural (uso de diferentes sinais que indicam o valor específico de cada nota). Foi por volta de 1260 que Franco de Colonia inventou aquele sistema.

O maior compositor da Ars Nova é Guillaume de Machaut; escreveu um grande número de motetes e canções. Machaut foi o primeiro compositor a fazer um arranjo polifônico completo da missa (kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei).

A Idade do Contraponto

A Escola Flamenga (vide Josqin des Prés e Orlando de Lasso) converte no séc XVI o estilo contrapontístico numa arte de elevada sensibilidade.

A Idade de Ouro da Polifonia (ou contraponto) é alcançada com Palestrina. Heinrich Schütz leva à Alemanha as grandes tradições do contraponto, estabelecendo assim a transição para a época de Bach e Händel.

O Oratório nasce em Roma com a Congregação do Oratório (sobre sua origem e história primitiva, vide Händel). Atinge com Händel seu desenvolvimento máximo.

A Idade do Contraponto culmina com Johann Sebastião Bach.

Uso do contraponto na música secular o Madrigal (vide Morley, Monteverdi).

Música Homofônica Primitiva

Um estilo de composição instrumental, diverso do estilo vocal, é obtido pelos primitivos mestres do órgão (vide Buxtehude). Evolvem as antigas formas (para a evolução de tais formas de música para órgão, como Passacale, Prelúdio Coral, Tocata, etc., vide Bach: Música para Órgão).

A Ópera é criada pela “camerata” em Florença (para suas origens vide Monteverdi). Com Monteverdi se eleva pela primeira vez à posição de grande arte.

24 junho 2017

Debussy - Classical Music (20 of 20)

Debussy

Compositor e músico francês nascido em Saint-Germain-en-Laye, cuja obra desempenhou o papel de catalisador de movimentos musicais renovadores e é considerado o grande Impressionista da música. Admitido no Conservatório de Paris (1873), estudou com professores como Antoine Marmontel, Albert Lavignac, Emile Durand e Ernest Guiraud. Neste período acompanhou por diversas vezes von Meck, chegando a visitar Moscou.

Achille-Claude Debussy.

No Conservatório foi segundo lugar com a cantata Le gladiateur (1883) e recebeu o grande prêmio de composição de Roma com a cantata L'Enfant prodigue (1884), obtendo uma bolsa, o Prix de Rome, que dava direito a um período de aperfeiçoamento em Roma, na Villa Médicis. Passou dois anos em Roma e voltou à Paris, onde passou a frequentar a vanguarda literária (1887), inclusive a casa de Mallarmé, foi a Viena e conheceu Brahms. No ano seguinte ouviu Tristão e Isolda, de Wagner, em Bayreuth, o que lhe causou forte impressão. Também ouviu música do Oriente, atração que mais apreciou numa exposição em Paris (1889).

Claude Debussy - La Mer.

Em Paris casou-se (1899) com Rosalie Lily Texier, de quem depois se separou, para se amasiar (1903) com Emma Bardac, com quem teve uma filha (1905). Foi crítico musical (1901-1903) de duas revistas parisienses: La Revue Blanche e Gil Blas e morreu em Paris. Deixando uma produção musical inovadora e pouco acessível para o grande público, com composições para orquestra, para câmara e para instrumentos solo, música para piano, canções e música coral e obras cênicas. Entre as composições mais popularizadas se encontram La Mer (1905) e o terceiro movimento da Suite bergamasque (1890-1905), noturnos para orquestra e prelúdios para piano.

Haydn - Classical Music (19 of 20)

Haydn

Compositor austríaco (31/3/1732-31/5/1809). Considerado o iniciador do classicismo vienense, Franz Joseph Haydn é um dos maiores nomes da música erudita. Nasce em Rohrau, em uma família de artesãos pobres. Estuda em Hainburg e ingressa no coro da Catedral de Santo Estevão, em Viena.

Haydn.

Começa a compor muito jovem. Toca serenatas populares em tavernas, até ser nomeado, em 1759, diretor musical de uma pequena orquestra do conde Morzin, na Boêmia. Em 1761, é contratado pelo príncipe Pál Antal Esterházy como segundo mestre-de-capela, em Eisenstadt.

J. Haydn - Hob XVIII:1 - Organ Concerto in C major.

Joseph HaydnNos últimos anos de vida, trabalha como compositor oficial do império. Morre em Viena, na ocupação da cidade pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Deixa 104 sinfonias, como A Caça (1781) e Sinfonias de Paris (1785/86), 50 sonatas para piano e 83 quartetos de cordas. Entre eles destacam-se Cavaleiro (1793) e o Quarteto de Quintas, considerado sua obra-prima.

Vivaldi - Classical Music (18 of 20)

Vivaldi

Antonio Lucio Vivaldi nasceu em Veneza, Itália, no dia 4 de março de 1678, e tornou-se célebre por sua maestria musical e suas composições barrocas. Ele era conhecido como ‘o padre ruivo’, pois tinha cabelos avermelhados.

Seus pais, Camilla Calicchio e Giovanni Battista Vivaldi, estimularam o primogênito a percorrer o caminho musical. Seu progenitor exercia o ofício de barbeiro, mas também desenvolvia seu dom para o violino. Assim, não foi difícil para o homem singelo promover o começo da trajetória artística do filho, inscrevendo-o na Capela Ducal de São Marcos quando ainda era uma criança, com o objetivo de lapidar seu talento na esfera da música. O pai providenciou igualmente seu ingresso na orquestra da Basílica de São Marcos; aí o jovem se destacou como o melhor violinista de sua época.

Antonio Vivaldi.

Vivaldi escolheu o caminho do sacerdócio e em 1703 sua opção foi oficializada. Um ano depois, com o organismo debilitado por crises asmáticas, foi liberado da prática solene da Eucaristia, o que lhe proporcionou o tempo necessário para dar aulas de violino na Ospedale della Pietà, um estabelecimento assistencial veneziano que abrigava jovens e crianças do sexo feminino.

Antonio Vivaldi - concerto para 4 violinos.

Logo foi cativado pelas alunas, e inspirado por elas criou a maior parte de sua obra; o primeiro conjunto de sua produção musical foi publicado em 1705. Nesta instituição o padre assumiu várias funções, embora nenhuma o tenha impedido de viajar. Sua obra Estro armonico provocou profunda impressão em todo o continente europeu, o que justifica Bach ter reproduzido em 1713 vários desses concertos.

Antonio Vivaldi - La Stravaganza.

Nesta época o compositor passou a atuar no Teatro de Santo Ângelo, e aí encenou suas primeiras produções operísticas e várias peças musicais, entre elas Orlando Furioso e La Stravaganza. O Opus 8, no qual está incluso seu clássico, As Quatro Estações, foi gerado justamente nesta época.

Vivaldi - 'LA NOTTE' - Concerto for Flute and Orchestra No.2 in G Minor.

A dedicação de Vivaldi ao sacerdócio não o impediu de alimentar diversos relacionamentos afetivos, entre os quais se destaca sua relação com uma de suas pupilas, Anna Giraud. Diz-se que ele moldava suas óperas segundo os dotes vocais da jovem, o que lhe provocou alguns contratempos e engendrou um ou outro adversário.

Vivaldi - Four Seasons - Winter - Janine Jansen.

Vivaldi morreu na cidade de Viena, em 28 de julho de 1741, aos 63 anos. Atualmente sua obra se resume a 456 concertos, 73 sonatas, 44 motetos, três oratórios, duas serenatas, por volta de 100 árias, 30 cantatas e 47 óperas. Com a emergência do movimento classicista, o músico foi sepultado na memória histórica por muito tempo. Sua produção ressurgiu no século passado, mais precisamente na década de vinte.

23 junho 2017

Rossini - Classical Music (17 of 20)

Rossini

Gioachino Rossini: nascido poucos meses após a morte de Mozart, Rossini foi o maior compositor de ópera entre as décadas de 1810 e 1830, quando abandonou prematuramente a composição. Suas óperas cômicas exalam inventividade e alegria, enquanto as sérias têm grande beleza melódica e soberba escrita tanto para vozes como para orquestra. Um festival anual em sua cidade natal, Pesaro, celebra sua obra.

Gioacchino Antonio Rossini nasceu em 1792 na cidade italiana de Pesaro. Para escapar da pobreza, seu pai cogitou castrá-lo. Com isso, a voz do garoto não mudaria durante a adolescência e ele poderia continuar como cantor no coro da igreja. A mãe, porém, foi contra.

O próprio Rossini gostava de contar essa história aos amigos, explicando como escapara de se tornar um castrati. "Quando criança, eu tinha uma bela voz", recordava ele. "Meus pais me faziam cantar no coro da igreja. Foi quando um tio, barbeiro de profissão, convenceu meu pai da oportunidade de impedir a mudança de minha voz, pois assim me tornaria uma fonte de renda segura para toda a família", contava.

Se Rossini quase se tornara um virtuose do "bel canto" pelas mãos do próprio tio, seria por meio de outro barbeiro que a posteridade se lembraria dele. Sua ópera O barbeiro de Sevilha é uma das mais conhecidas e mais executadas de todos os tempos. No entanto, ela é apenas uma das mais de trinta óperas compostas por Rossini ao longo da vida. De todas elas, apenas Guilherme Tell alcançou popularidade parecida.

Rossini compôs a primeira ópera aos 18 anos. Seu grande sucesso de público veio logo, aos 21 anos, com a montagem, em Veneza, de Tancredo, uma das óperas "sérias" deste que foi um mestre das composições cômicas. Ao lado de O barbeiro de Sevilha, obras como Cenerentola e La gazza ladra, que também exibem a inegável verve e o domínio de Rossini no gênero, acabaram ofuscando a parte mais sóbria de seu trabalho. As óperas Otello e Semiramide, por exemplo, hoje estão praticamente esquecidas.

O Barbeiro de Sevilha - Rossini.

Em 1824, o compositor visitou Beethoven em Viena e este recomendou-lhe que esquecesse o repertório mais sóbrio e escrevesse outras óperas parecidas com o então já célebre O barbeiro de Sevilha. "Para a ópera séria, seu talento não presta", opinou Beethoven.

Ao contrário da maioria dos compositores românticos, Rossini conseguiu ganhar um bom dinheiro com sua música. Com frequência, escrevia óperas sob encomenda. Entre outros contratos, trabalhou para o Scala de Milão, para a Ópera Italiana, para a Ópera de Viena e a Ópera de Nápoles. Nesse período, em oito anos de trabalho, chegou a compor nada menos de vinte obras líricas. Dizia-se, na época, que existia uma "febre rossiniana" na Europa. O escritor Stendhal comparava-o a Napoleão. Um conquistara a Europa com canhões; o outro, com a música.

Aos 31 anos, Rossini mudou-se para a França, onde assinou um polpudo contrato com a Academia de Música de Paris, sob patrocínio do próprio rei, que o nomeou "primeiro compositor real" e "inspetor geral de canto". Repentinamente, aos 37 anos, anunciou que se aposentaria e deixou de compor. Era julho de 1830. Uma revolução fazia Rossini retornar para a Itália, abandonando Paris e a música.

Em 1845, ficou viúvo. Um ano após a morte da soprano Isabella Colbran, sua primeira esposa, Rossini casou-se com Olympe Pélissier, que organizaria, na casa do marido (já de volta a Paris), célebres reuniões com a elite cultural e intelectual francesa. Rossini e Olympe ficariam juntos até a morte. Perto do final da vida, Rossini voltaria a compor algumas peças para voz e piano. Mas, a essa altura, sua contribuição para a música já estava devidamente consolidada.

Viveu os últimos 40 anos de vida quase ociosamente. Como um príncipe, desfrutava da fortuna que amealhara no período de maior atividade. Nessa época, tornariam-se célebres os banquetes que oferecia aos amigos, sempre regados a bom champanhe, pratos sofisticados e frases espirituosas, outra das marcas registradas de Rossini.

Quando morreu, em 13 de novembro de 1868, deixou uma fortuna em seu testamento. Como não tivera filhos, grande parte do dinheiro foi destinada, por vontade expressa dele, à fundação da Villa Rossini, instituição beneficente que passou a abrigar músicos aposentados e sem recursos financeiros. A herança também serviu para a criação da Fundação Rossini, em Pesaro, sua cidade natal, entidade que até hoje detém a guarda de seu acervo musical. Por fim, no testamento, Rossini instituiu um prêmio anual, destinado a incentivar a carreira de compositores na França.

22 junho 2017

Richard Strauss - Classical Music (16 of 20)

Richard Strauss

Compositor e maestro alemão (11/6/1864-8/9/1949). É o mais destacado representante da música pós-romântica. Richard Georg Strauss nasce em Munique. Seu pai, trompetista da orquestra do Teatro de Ópera dessa cidade, proporciona-lhe educação musical desde a infância.

Richard Strauss.

Richard StraussComeça a compor aos 12 anos. Depois de estudar filosofia na Universidade de Munique, resolve seguir a carreira de regente, exercendo cargos em Meiningen, Munique, Weimar, Berlim e Viena. Alcança fama com poemas sinfônicos, como Don Juan (1888) e Assim Falava Zaratustra (1896). Após 1900 se dedica sobretudo à composição de músicas vocais e óperas, como Salomé (1905),Electra (1906-1908) e A Mulher sem Sombra (1919), todas sucesso de público. A orquestração complexa de sua obra exige técnica apurada de seus intérpretes.

Richard Strauss - Also sprach Zarathustra, Op. 30.

Rege concertos que maestros contemporâneos seus se recusam. Aceita em 1933 dirigir a Reichsmusikkammer e é acusado de colaborar com os nazistas. Hostilizado, transfere-se com a família para Viena. É inocentado por um tribunal do pós-guerra e volta para a Alemanha. Morre em Garmisch-Partenkirchen.

Wagner - Classical Music (15 of 20)

Wagner

Richard Wagner (1813-1883) foi um músico erudito alemão. Sua obra mais famosa é a ópera “Tristão e Isolda”.

Richard Wagner nasceu em Leipzig, cidade onde viveu músicos famosos como Johann Sebastian Bach e o escritor Johann Wolfgang von Goethe. Viveu num bairro judeu, filho de um funcionário da polícia Carl Friedrich Wagner e de Johanna Rosine, filha de um padeiro.

Richard Wagner.

Wagner foi influenciado artisticamente pelo seu pai adotivo, que era ator e pintor. Adquiriu muita cultura na biblioteca de seu tio e foi influenciado pelas irmãs que atuavam no teatro. Aos 5 anos, escreveu sua primeira tragédia, “Leubald”. Mas ao ouvir as sinfonias de Beethoven, principalmente a 5º e 7º, decidiu que a música seria o caminho que seguiria.

A partir de 1831, quando matriculou-se no conservatório em sua cidade natal, começou a escrever uma série de óperas: “Amor Proibido”, “As fadas” e "O Navio Fantasma”(escrita em Londres) são algumas delas.

Viveu em vários países, ora por problemas com dívidas ou por motivos políticos, em lugares como Zurique, Londres e Paris.

Richard Wagner - Der Ring des Nibelungen.

Wagner foi responsável por uma revolução no gênero ópera, dramatizando-as e em cenas totalmente imersas no clima musical. O músico escolheu como tema para boa parte de suas óperas a mitologia alemã e as lendas medievais.

Wagner tonou-se antissemita e extremado nacionalista, o que notou-se claramente em sua obra musical. Suas obras mais famosas tratam do imaginário e mitos da Alemanha: “Tristão e Isolda”, “Anel de Nibelungo”, “A Valquíria”, “Siegfried” e “Crepúsculo dos deuses” são as mais conhecidas.

Wagner foi influência importante para músicos como Debussy. Segundo o crítico musical Otto Maria Carpeaux, a peça Tristão e Isolda foi o “ponto de partida para toda a música moderna”.

Morreu em Veneza, vítima de ataque cardíaco.

Bach - Classical Music (14 of 20)

Bach

Johann Sebastian Bach foi um músico, compositor e organista alemão, considerado um dos maiores artistas da história da música. Faz parte da tríade dos maiores músicos eruditos ao lado de Beethoven e Mozart.

Johann Sebastian Bach nasceu em Eisenach, Alemanha, no dia 21 de março de 1685. Era descendente de uma família de músicos luteranos conhecidos na província da Turíngia, parte central da Alemanha. Seu pai era violonista, instrumento que praticamente o iniciou no mundo da música. O tio de Bach também foi responsável para que o músico aprendesse instrumentos importantes na sua carreira, como o cravo e órgão.

Bach.

Bach ficou órfão cedo. Quando tinha apenas nove anos sua mãe morreu. Aos dez, perdeu o pai. Foi criado pelo seu irmão, Johann Cristoph, que lhe ensinou as regras de composição. Embora fosse complicado para o jovem Bach estudar com frequência os exercícios musicais, aos 18 anos foi nomeado organista da igreja de Arnstadt, com ótima formação musical devido à sua capacidade de absorção de todo conhecimento da música existente em sua época.

Contrariando os seus superiores, manteve uma mulher no coro, a sua prima Maria Bárbara, com quem casou posteriormente. Demitido, foi nomeado organista na igreja de São Brás, em Müllhausen. No outro ano, foi aceito como mestre de capela de Weimar, onde compôs excelentes obras para órgão, porém, foi censurado pelo conselho da cidade por seu forte temperamento e por suas composições serem consideradas “floreadas” e agressivas ao gosto da época. Pediu demissão, o que não foi aceito pelo duque de Weimar, por isso, ficou preso durante um mês.

Depois de Weimar, Bach serviu ao príncipe da província de Köthen, Leopold, onde só comporia música instrumental e profana. Viveu dias felizes naquele lugar, porém, com o casamento do príncipe com uma aristocrata pouco afeita à música e com a morte de Maria Bárbara, sua esposa, Bach mudou-se para a cidade de Leipzig. Casou-se com sua aluna, a soprano Anna Madalena, com quem viveu até fim da vida.

Air on the G String (Suite No. 3, BWV 1068).

Adagio - Johann Sebastian Bach.

Em Leipizg, Bach teve de atuar como profissional responsável pelas aulas de latim na escola e pelas músicas da igreja de São Tomás. Lá, compôs boa parte de suas cantatas, contabilizando mais de duzentas obras. Não teve vida fácil, sendo, inclusive, injustiçado com a diminuição de seu salário e prejudicado pelos superiores pelo excesso de trabalho.

O único triunfo e reconhecimento como compositor em vida foi uma apresentação junto ao rei da Prússia, Frederico II, quando compôs uma variação para um tema dado pelo monarca, o que originou a “Oferenda Musical”, composta já no fim de sua vida.

Bach foi responsável por composições que se tornaram patrimônio artístico ocidental: a “Paixão Segundo São Mateus”, “Concertos de Brandenburgo”, “O Cravo Bem Temperado”, as cantatas: “Variações Goldberg”, “Concertos para Violino”, os oratórios: “Grande Missa” e a "Arte da Fuga”, esta composta no fim da vida quando já se encontrava cego.

Johann Sebastian Bach faleceu em Leipzig, Alemanha, no dia 28 de julho de 1750, vítima de derrame provocado por uma cirurgia ocular.

21 junho 2017

Liszt - Classical Music (13 of 20)

Liszt

Franz Liszt foi músico húngaro. Considerado o maior pianista de sua época. Compositor de "Poemas Sinfônicos", "Sonata em Si Menor", "Fausto-Sinfonia", "As Lieder", entre outras. Descobre o Romantismo, no qual todas as correntes, francesa, inglesa, alemã e italiana influenciam nas suas composições.

Franz Liszt nasceu na vila de Raiding, Doborján, na região da Hungria, no dia 22 de outubro de 1811. Seu pai Adam Liszt era administrador das propriedades do Príncipe Nicolas Eszterházy, candidato napoleônico ao trono húngaro, o príncipe foi protetor de Joseph Haydn e de Ludwig van Beethoven. Seu pai tocava violino e cantava no coro da igreja. Franz recebia aulas do pai e assimilava tudo com extrema facilidade.

Franz Liszt.

Com nove anos de idade já se apresentava em Oldenburgo, Eisenstadt e em Presburgo. Pensando no futuro do filho a família vai morar em Viena, quando Franz estava com dez anos. Na capital austríaca, Franz estuda piano gratuitamente, com o professor Czerny, que foi aluno de Beethoven, enquanto Salieri, mestre da capela da corte, lhe ensina teoria musical. Depois de dois anos de estudos, sua primeira apresentação foi brilhante. O programa constava de músicas que exploravam o efeito do virtuosismo do jovem. Os jornais o acolheram como um fenômeno.

Meses depois a família volta para a Hungria, para concertos em Budapeste, em seguida mudam-se para a França, para Liszt estudar no Conservatório Nacional de Paris. O diretor da escola recusa o aluno por ser estrangeiro. O velho Liszt não se abalou pois os comentários vindo do exterior abriram a expectativa do público parisiense em relação ao jovem virtuose. Com treze anos Franz apresenta seu primeiro concerto público no Teatro Louvois. O jovem é aclamado pela imprensa.

Franz Liszt - Hungarian Rhapsody n.2 - The Perfect Version.

Franz Liszt - Hungarian Rhapsody.

Franz Liszt trabalha exaustivamente e é obrigado a tirar um período de descanso no litoral francês. Nessa época, em agosto de 1827, morre seu pai. Junto com sua mãe, muda-se para Paris onde passa a lecionar música, abandonando os concertos. Franz apaixona-se por uma aluna, Carolina, filha do Conde Saint Cricq. Obrigado a se afastar da amada, recolhe-se ao isolamento.

Artur Rubinstein plays Liebestraum nº3 Liszt.

Un Sospiro - Franz Liszt - Trois études de concert No.3.

Em 1830, a revolução contra a monarquia de Carlos X, consegue tirar Liszt da apatia. Estabelece grande amizade com Frédéric Chopin e Niccolò Paganini. Com 22 anos conhece a Condessa Marie d'Agoult, vive com ela durante seis anos na Suíça, período que se dedica à composição. Com 31 anos, a convite da imperatriz Alexandra Feodorovna, Liszt segue para Rússia. Na corte de Weimar, na Prússia, vive dez anos como mestre de capela. Apresenta recitais na Turquia, Dinamarca, Polônia, Portugal e Espanha.

Franz Liszt, a partir de 1860, se recolhe a vida religiosa, onde continua compondo e lecionando. No dia 31 de julho de 1886, morre pobre e solitário.

20 junho 2017

Beethoven - Classical Music (12 of 20)

Beethoven

Ludwig van Beethoven (1770-1827) foi um compositor alemão. A "9.ª Sinfonia" foi a obra que o consagrou em todo o mundo. Em 1814, foi reconhecido como o maior compositor do século.

Ludwig van Beethoven (1770-1827) nasceu em Bonn, Alemanha, no dia 16 de dezembro de 1770. Filho e neto de músicos, com apenas 5 anos, sob a orientação rígida do pai, começou a estudar cravo, violino e viola. Com 7 anos participou de um recital na Academia de Sternengass. Com diversos professores, estudou a obra de Bach, aprendeu a tocar órgão e piano e começou a aprender também composições e teoria musical. Com 11 anos foi nomeado organista-suplente da corte.

Escultura de Beethoven.

Com treze anos já era solista de cravo na corte de Bonn. Passou a receber a proteção do Príncipe Max Franz, governante de um dos 300 pequenos Estados que formavam o Império da Alemanha. Nessa época, publicou sua primeira obra: “Nove Variações para Piano sobre uma Marcha de Ernest Christoph Dressler”. Com 14 anos publicou “Três Sonatinas para Piano”.

Em 1787, com 17 anos, Beethoven seguiu para Viena onde foi recebido por Mozart, que lhe prevê um grande futuro. Em 1791, com apenas 21 anos, já desfrutava de prestígio junto a nobreza de Bonn, que não dispensavam em suas festas a presença do músico, que pouco frequentou a escola, mas havia cursado a universidade como ouvinte, para adquirir cultura.

Em 1792, Beethoven retorna à Viena, em definitivo. As cartas de apresentação lhe abriram as portas da nobreza local. O Príncipe Karl Lichnowsky o instalou no palácio e lhe pagava uma pensão. Os recitais constituíam o divertimento predileto da nobreza. As apresentações musicais limitavam-se quase a concertos nos palácios. Só em 1795, Beethoven fez sua primeira apresentação pública, quando executou um concerto para piano que foi delirantemente aplaudido. Logo em seguida publicou “Três Trios para Piano, Violino e Violoncelo, Opus 1”, dedicados ao Príncipe.

Beethoven 9 - Chicago Symphony Orchestra - Riccardo Muti.

Em 1796, Beethoven se apresentou em Praga e em Berlim, onde cumpriu um extenso programa para a corte imperial, do qual constavam “Duas Sonatas para Violoncelo, Opus 5”, escrita especialmente para a ocasião. Em 1797, estava com 27 anos e crescente prestígio que atraía alunos e convites para recitais, que lhe proporcionava uma folga financeira, e lhe permitia vestir-se elegantemente e até ser sociável.

Em 1798 surgiram os primeiros sintomas da surdez, mas escondeu o problema de todos. Em 1800, foi o início do período mais brilhante da carreira de Beethoven, quando ele produziu as grandes sinfonias que lhe dariam imortalidade. Em 1824, apresentou pela primeira vez a “Sinfonia nº 9”. No fim da apresentação uma tempestade de aplausos saudou o gênio. Envelhecido e doente, o compositor já não se empolgava com o êxito e a repercussão de sua música.

Ludwig van Beethoven morreu em Viena, Áustria, no dia 26 de março de 1827.

Obras de Beethoven

Três Sonatas para Piano, Opus 2 (1797)
Trio em Mi Bemol, para Violino, Viola e Violoncelo, Opus 3 (1797)
Serenata em Ré, para Violino, Viola e Violoncelo, Opus 8 (1798)
Três Sonatas para Piano e Violino, Opus 12 (1799)
Sonata em Dó Menor para Piano, Opus 13 (1799) (Patética)
Duas Sonatas para Piano, Opus 14
Septeto em Mi Bemol, Opus 20 (1800) (Dedicado à Imperatriz Maria Teresa da Áustria)
Sinfonia n.º 1 em Dó Maior, Opus 21 (1800)
Concerto n.º 3, em Dó Menor, para Piano e Orquestra, Opus 37 (1800) (Dedicado ao Rei Luís Fernando da Prússia)
Sonata Quase uma Fantasia, Opus 27 n.º 2 (Sonata ao Luar)
Sinfonia n.º 2 em Ré Maior, Opus 36
Sinfonia n.º 3 em Mi Bemol Maior, Opus 55 (1805) (Heroica) (Título original “Sinfonia Grande – Titolata Bonaparte” (Ao saber que Napoleão se fizera imperador dos franceses, trocou o título para “Sinfonia Eroica”)
Ópera Fidelio (1805)
Sinfonia 4, 5 e 6 (Pastoral)
Sonata em Fá Menor, para Piano, Opus 57 (1808) (Appassionata) (Representou o rompimento dos últimos elos que o ligavam ao classicismo e a adoção da linguagem emotiva que caracterizou a época romântica)
Concerto n.º 5, para Piano e Orquestra, Opus 73 (1809) (Imperador)
Sinfonias n.º 7 e n.º 8 (1812)
Sonatas para Piano, Opus 106, 109, 110 e 111 (1822)
Missa Solene em Ré Maior, Opus 123 (1823) (Obra gigantesca em valor musical e em duração)
Sinfonia n.º 9, Opus 125 (1824) (Coral) (Escrita quando já estava totalmente surdo)
Quartetos para Cordas, Opus 127, 130, 131, 132 e 135 (1825) (suas últimas composições)

Prokofiev - Classical Music (11 of 20)

Prokofiev

Antes de 1914, Prokofiev já conseguira desconcertar o público com o talento extravagante e a vitalidade de suas composições, depressa se convertendo num dos compositores contemporâneos mais importantes. Em 1918, pouco depois da estréia de sua Sinfonia Clássica, abandonou seu país e passou a viver nos Estados Unidos e na Europa.

Prokofiev.

Em 1921, estreou em Chicago a ópera magistral O Amor das Três Laranjas e, em Paris, encenou seus dois primeiros balés. Ao regressar à União Soviética, em 1933, Prokofiev seguiu as diretrizes da política cultural ditada por Stalin. As obras pertencentes a essa segunda fase de sua carreira são mais transparentes e populares e algumas delas inspiraram-se diretamente na música popular russa, possuindo um evidente caráter nacionalista. Não obstante, depois de alguns conflitos com as autoridades culturais, em 1948 foi proibida a interpretação das obras de Prokofiev por seu "excessivo formalismo", proibição que deixou de vigorar em 1952. Em 1936, criou duas obras que se celebrizaram: Pedro e o Lobo, um conto infantil acompanhado de música sinfônica para narrador e orquestra, que encerra uma autêntica lição sobre os sons dos diferentes instrumentos, pois a cada personagem são atribuídos um instrumento e uma melodia própria; e o balé Romeu e Julieta. Outro de seus balés é Cinderela (1945), atualmente considerado um clássico.

Sergei Prokofiev - Battle On The Ice.

Prokofiev deixou ainda escritas sete sinfonias, cinco concertos para piano, dois concertos para violino e dois para violoncelo, numerosas obras para piano, música de câmara e lieder. São também consideradas obras-primas as partituras que compôs para três filmes de Sergei Eisenstein.

Mozart - Classical Music (10 of 20)

Mozart

Wolfgang Amadeus Mozart ou Johann Chrysostom Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em 27 de janeiro de 1756, na cidade de Salzburgo na Áustria. Morreu no dia 05 de dezembro de 1791, com apenas 35 anos.

Foi um compositor influente do período clássico, tendo composto mais de 600 obras publicadas, tidas como referências da música sinfônica, concertos, óperas, para piano e de câmara. É um dos compositores de música clássica mais famoso de todos os tempos.

Desenho de Mozart em ponta de prata feito por Doris Stock, abril de 1789.

Mozart foi uma criança prodígio, e começou a compor aos cinco anos, idade em que já havia dominado o cravo e o violino. Se apresentando para a corte européia desde criança, aos 16 anos é contratado como músico da corte em Salzburgo. Porém ele não estava contente, e saiu em busca de um novo cargo, sempre compondo.

Pede demissão da corte de Salzburgo, e passa a viver em Viena na Áustria, sobrevivendo de seus concertos, obras publicadas e aulas particulares, sendo pioneiro nesta tentativa autônoma de comercialização de sua obra.

Mozart - Requiem.

Teve bastante sucesso nesta área entre 1781 e 1786, compondo óperas como Idomeneo (1781) e o Rapto do Serralho (1782), sonatas para piano, músicas de câmara (em especial os seis quartetos de cordas dedicados a Haydn) e diversos concertos para piano.

Em 1782 casa-se, contra a vontade de seu pai com Constanze Weber, com quem teve dois filhos.

Mozart - Introduction and Fugue in C minor for organ.

Em 1786 compõe uma de suas óperas mais famosas, As bodas de Fígaro. Não teve grande repercussão em Viena, onde foi considerada um fracasso, mas teve uma enorme aceitação em Praga (cidade dominada na época pela Áustria), sendo ele convidado a compor uma nova ópera, chamada Don Giovanni.

Mas a partir de 1786 sua popularidade começou a declinar entre o público vienense, o que agravou sua crise financeira. Porém ele não parou de compor, tendo escrito durante este período: Quintetos de Cordas: K.515 em Dó Maior e K.516 em Sol Menor; Sinfonias: Nº 39 em Mi Bemol Maior, Nº 40 em Sol Menor e Nº 41 em Dó Maior;

Mozart - The Marriage of Figaro.

Em 1791, compõe suas duas últimas óperas, A Flauta Mágica e A Clemência de Tito, o Concerto para Piano em Si Bemol Maior e um belo Concerto para Clarinete em Lá Maior.

Na primavera deste ano recebe a encomenda de uma Requiem, porém ele falece antes de conclui-la, deixando a obra inacabada. Seu discípulo Franz Süssmayr a completa.

 Mozart - The Marriage of Figaro - Organ.

As obras de Mozart foram catalogadas por Ludwig Köchel, daí a letra K que aparece junto ao titulo. A primeira obra catalogada é um minueto para cravo K.1 e a última, a Requiem inacabada K.626. Atualmente, foram descobertas mais de 15 obras ocultas de Mozart, que depois de serem avaliadas, foram adicionadas ao catalogo de suas obras.

18 junho 2017

Henry Purcell - Classical Music (9 of 20)

Henry Purcell

Compositor inglês do início da época barroca, nasceu em 1659, em Londres, e morreu em 1695, na mesma cidade. Ficou conhecido por ter composto mais de 100 canções, a pequena ópera Dido e Eneias e The Fairy Queen , uma adaptação de Midsummer Night's Dream de Shakespeare.

Purcell iniciou os seus estudos musicais na capela real e, em 1677, foi nomeado compositor do rei. Dois anos depois, passou a ser organista da abadia de Westminster. Em 1683 publicou a sua primeira obra, constituída por 12 sonatas. A partir dessa data, escreveu várias composições para a Corte. Em 1689, dedicou às alunas de um colégio de Chelsea a ópera Dido e Eneias, a sua obra-prima. Desde essa altura, e até à sua morte, Purcell empenhou-se em compor música sacra e teatral. Uma doença fatal impediu-o de terminar a ópera The Indian Queen , que foi completada, depois da sua morte, pelo irmão Daniel Purcell. Alguns dos seus trabalhos foram publicados enquanto viveu, como Sonatas of III Parts (1683), Welcome to All the Pleasures, uma ode às festas de Santa Cecília, escrita em 1683 e publicada em 1684, e Dioclesian (1691). Depois da sua morte, a viúva publicou uma coleção de peças para cravo, música instrumental para teatro e Te Deum and Jubilate.

Henry Purcell.

Dotado de um sentido melódico muito expressivo, Purcell compôs toda a sua obra encaminhando-se para a modernidade. As suas composições dirigiam-se, sobretudo, à Igreja, ao Estado, à corte. Em todas as composições mostrou uma certa admiração pelo passado, combinada com a vontade de aprender com o presente.

Henry Purcell - The Fairy Queen.

Purcell - Organ - Rondeau - Abdelazer Suite.

Henry Purcell - Rondeau from Abdelazer.

H. Purcell Abdelazer (Z 570) - The Complete Incidental Music - Christopher Hogwood,

Henry Purcell - King Arthur.

Trumpet Tune - Henry Purcell, Trompete und Orgel.

Henry Purcell  Rondeau from Abdelazer.

Carlos Gomes - Classical Music (8 of 20)

Carlos Gomes

Carlos Gomes (1836-1896) foi um compositor brasileiro, autor da ópera O Guarani, inspirada no romance do escritor José de Alencar. Foi considerado o maior compositor lírico das Américas. Foi o segundo nome mais encenado no Teatro Alla Scala de Milão, atrás apenas de Giuseppe Verdi.

Antônio Carlos Gomes (1836-1896) nasceu em Campinas, interior de São Paulo, no dia 11 de julho de 1836. Filho de Manoel José Gomes, o “Maneco Músico”, e de Fabiana Maria Cardoso, desde cedo, “Tonico” (como era chamado) demonstrou interesse pela música. Estudou com o pai e com 15 anos já compunha valsas, polcas e quadrilhas. Com 18 anos compôs a “Missa de São Sebastião”, dedicada ao pai. Com 21 anos compôs a modinha “Suspiro d’Alma”, com versos do poeta romântico português Almeida Garrett.

Carlos Gomes.

Em 1859, entrou para o Conservatório de Música do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, junto com Bittencourt Sampaio compôs o “Hino Acadêmico”, que foi adotado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Nessa época, lecionava piano e canto e junto com o pai, se apresentava em concertos em São Paulo.  Em 1860 compôs a modinha “Quem Sabe?” (Tão longe de mim distante/ Onde irá, onde irá teu pensamento).

No dia 4 de setembro de 1861, no Teatro da Ópera Nacional, foi apresentada, “A Noite do Castelo”, a primeira ópera do compositor, baseada nos poemas da obra de Antônio Feliciano de Castilho. A apresentação foi um grande sucesso nos meios musicais do país. O Imperador Dom Pedro II o agraciou com a “Imperial Ordem da Rosa”. No dia 15 de setembro de 1863 Carlos Gomes apresenta sua segunda ópera “Joana de Flandres”.

Por cinco anos, Carlos Gomes foi escolhido o melhor o aluno do Conservatório e como prêmio, recebeu uma bolsa de estudos para se aperfeiçoar no Conservatório de Milão, na Itália. No dia 8 de novembro de 1863, com uma carta de recomendação assinada pelo Imperador, Carlos Gomes partiu para a Europa, se dirigindo para Milão. Foi aluno do compositor Lauro Rossi, que ficou encantado com o jovem aluno. Em 1866 Carlos Gomes recebeu o diploma de mestre e compositor e o elogio de todos os professores.

Abertura de "O Guarani" - Carlos Gomes.

"Sonata para cordas" - Carlos Gomes.

No dia 1 de janeiro de 1867, estreou no Teatro Fossetti com a peça musicada “Se Se Minga”. Em 1968, apresenta “Nella Luna” no Teatro Carcano. No dia 19 de março de 1870, apresenta no Teatro Alla Scala de Milão, a ópera “O Guarani”, adaptada do romance de José de Alencar, seguindo uma tendência em voga na Europa de seu tempo: a curiosidade sobre povos e costumes estrangeiros. Na ópera que narra o romance entre Ceci, filha de um fidalgo português, e Peri, o índio herói, Carlos Gomes colocou o Brasil no mapa cultural europeu que o imortalizou.

O sucesso europeu da ópera “O Guarani” se repetiu no Brasil. No dia 2 de dezembro de 1870, no aniversário de Dom Pedro II, a ópera foi apresentada no Teatro Lírico do Rio de Janeiro, quando o compositor viveu intensa emoção e consagração. No ano seguinte, ao retornar a Milão, casa-se com a pianista Adelina, com quem teve cinco filhos, mas que sobreviveu apenas Ítala Gomes.

Durante essa época, escreveu as composições: “Fosca”, melodrama em quatro atos que estreou no Scala de Milão, “Salvador Rosa” (1874) e “Maria Tudor” (1879). A partir de 1882, dividia seu tempo entre o Brasil e a Europa. A ópera “Lo Schiavo”, que por vários motivos não pode ser representada na Itália, foi levada à cena, no Teatro Imperial Dom Pedro II, no dia 27 de setembro de 1887, em Homenagem à Princesa Isabel.

No Teatro Lírico do Rio de Janeiro, Carlos Gomes estreou "O Escravo" (1889). Com a proclamação da república, perdeu o apoio oficial e a esperança de ser nomeado diretor da Escola de Música do Rio de Janeiro. De volta à Milão, estreou a ópera "O Condor" (1891) no Scala de Milão, onde apresentou uma forma mais próxima do recital moderno.

Doente e em dificuldades financeiras, compôs seu último trabalho, "Colombo", oratório em quatro atos para coro e orquestra a que chamou "poema vocal sinfônico" e dedicou ao quarto centenário do Descobrimento da América. A obra foi encenada em 1892 no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Em 1895 Carlos Gomes dirigiu “O Guarani” no Teatro São Carlos, de Lisboa, cidade em que recebeu a última homenagem, sendo condecorado pelo rei Carlos I.

No mesmo ano chegou ao Pará, já doente, para ocupar a diretoria do Conservatório de Música de Belém, cargo criado pelo governador Lauro Sodré para ajudá-lo financeiramente. Em 1993 a opera O Guarani, já meio esquecida, voltou aos palcos europeus ao ser montada por Werner Herzog, na Ópera de Bonn, com Plácido Domingo no papel de Peri.

Antônio Carlos Gomes faleceu em Belém, Pará, no dia 16 de setembro de 1896.