26 maio 2015

EVOLUÇÃO HUMANA (Parte 5) Paranthropus

Paranthropus

Paranthropus é um gênero extinto de hominídeos bípedes, típicos da África Oriental e meridional, caracterizados por grande robustez das suas mandíbulas e molares. Paranthropus (Paranthropus ou australopitecíneos robustos) provavelmente descenderam do gênero Australopithecus. Alguns paleontólogos porém consideram que os Paranthropus pertencem ao gênero Australopithecus.


Australopithecus X Paranthropus.

Os fósseis encontrados são de espécies que viveram entre 2,6 e 1,1 milhões de anos atrás, no Pleistoceno inferior e Pleistoceno médio. Eles são caracterizados por um aparelho mastigador especializado, compreendendo grandes maxilares e molares com camadas de esmalte muito espessas, incisivos e caninos muito pequenos e pré-molares que se desenvolveram como se fossem molares; poderosos músculos faciais que se inseriam numa crista sagital semelhantes aos dos gorilas atuais. Suas caixas cranianas tinham volumes entre 410 centímetros cúbicos no caso dos mais antigos e cerca de 530 centímetros cúbicos nos mais recentes, evidenciando cérebros de volumes inferiores aos de espécimes do gênero Homo.


Os indivíduos do gênero Paranthropus, eram caracterizados por grande robustez das suas mandíbulas e molares, além de poderosos músculos faciais e crista sagital proeminente.

Etimologia: A palavra Paranthropus foi criada por Robert Broom, em 1938, que encontrou fósseis e classificou-os em uma nova espécie. Significa "ao lado do homem", e conviveram com espécies do gênero Homo por cerca de 1,5 milhão de anos.

Descrevem-se três espécies de Paranthropus:

  • Paranthropus aethiopicus. É a primeira espécie do gênero (surgiu há cerca de 2,5 m.a.). Tinha uma face particularmente sólida. Considera-se que pode ter dado origem às duas espécies posteriores. Ele viveu na África Oriental.
  • Paranthropus boisei. De aparência mais robusta. As características cranianas são especializadas para o consumo de vegetais duros. Eles tinham grande dimorfismo sexual, sendo os corpos dos machos muito maiores que os das fêmeas. Viveu entre 2,3 m.a. e 1,2 m.a. na África Oriental.
  • Paranthropus robustus. Foi caracterizado por ossos particularmente espessos. Seu volume craniano ficava entre 500 centímetros cúbicos e 530 centímetros cúbicos, face alta e alongada. Dentes sólidos. Tendo vivido entre 1,8 m.a. e 1,5 m.a., o Paranthropus robustus coexistiu com espécies do gênero Homo até sua extinção. Viveram na África do Sul.

Nota: os cientistas que divergem quanto à existência do gênero distinto Paranthropus, designam-os como sendo Australopithecus robustus, Australopithecus boisei e Australopithecus aethiopicus.


Localização dos fósseis encontrados de Paranthropus: Paranthropus aethiopicus, Paranthropus boisei, e Paranthropus robustus.


  • Paranthropus aethiopicus (2,8 m. a. - 2,2 m. a.)

O Paranthropus aethiopicus foi um hominídeo bípede do gênero Paranthropus que viveu entre 2,8 e 2,2 milhões de anos atrás no Plioceno. Os fósseis representando o início desse gênero incluem alguns fósseis fragmentados da Etiópia e um crânio encontrado no Lago Turkana sítio no Quênia conhecido como Caveira Negra. Esse crânio tem um volume de cerva de 410 ml, o menor cérebro de adulto já descoberto em um hominídio estabelecido. O crânio também tem a mais definida linha sagital entre os hominídeos, a face mais prognática e molares extremamente grandes (apesar de não ter sido encontrado nenhum dente com o crânio).

Como todos os outros membros de Paranthropus, essa espécie foi uma vez colocada no gênero Australopithecus.

Histórico

O primeiro espécime de Paranthropus aethiopicus foi descoberto no sul da Etiópia pelos arqueólogos franceses Camille Arambourg e Yves Coppens em 1967. Os especialistas o batizaram de Omo 18. Ele é um antecessor do fóssil KNM-WT 17000, descoberto em 1985 por Alan Walker em West Turkana, no Quênia, KNM WT 17000 (conhecido como o "Black Skull", devido à coloração escura do osso, causada por níveis elevados de manganês). Uma característica fundamental do Omo 18 é que ele tem uma mandíbula em forma de "V" ao contrário das espécies de Australopithecus encontradas. O Omo 18 foi o primeiro crânio descoberto desta espécie.

Descrição

O nome P. aethiopicus foi proposto pela primeira vez em 1967 para descrever uma mandíbula desdentada parcial (Omo 18) encontrado na Etiópia por paleontólogos franceses. A mandíbula e os fragmentos de dentes foram descobertos. P. aethiopicus tinha uma crista grande sagital e arco zigomático adaptados para mastigação pesada (como em crânios de gorilas). Não se sabe muito sobre esta espécie desde a melhor evidência vem da "Black Skull" e da mandíbula. Não há material suficiente para fazer uma avaliação precisa, mas eles podem ter tido altura similar ao Australopithecus afarensis. Paranthropus aethiopicus é considerado um hominídeo arcaico megadonte, este termo que se refere ao enorme tamanho dos dentes pós-caninos coroas. A descoberta inicial foi uma mandíbula desdentada de adulto na formação Shungura da região Omo da Etiópia em 1967 (Omo 18). As camadas de cinzas acima e abaixo dos fósseis de dar uma data aproximada entre 2,3 e 2,5 milhões de anos atrás. Há apenas um crânio quase completo para este hominídeo, por isso é difícil fazer inferências adequadas sobre características físicas. No entanto, pode-se dizer que o crânio é similar ao P. boisei, embora os incisivos sejam maiores, e a face mais prognática.


Paranthropus aethiopicus: Réplica do crânio "Black Skull".


Reconstituição da cabeça de um Paranthropus aethiopicus.


Desenho de Paranthropus aethiopicus.


  • Paranthropus boisei (2,0 m. a. - 1,0 m. a.)

O Paranthropus boisei (originalmente chamado Zinjanthropus boisei e depois Australopithecus boisei até recentemente) foi um dos primeiros hominídeos que viveram no leste da África, de cerca de 2 até 1 milhão de anos atrás durante o Pleistoceno. Tinha um crânio altamente especializado à mastigação pesada. P. boisei habitou os pastos secos da savana da África Oriental.

Fóssil de P. boisei

O primeiro fóssil foi descoberto em um sítio arqueológico rico, FLK Zinj, no Oldupai Gorge, por Mary Leakey em 1959, de onde o nome, "Zinj man". O epíteto da espécie "boisei" é uma homenagem a Charles Boise, que contribuiu financeiramente ao trabalho de Louis e Mary Leakey no Olduvai Gorge.

Essa espécie é caracterizada por um crânio grande com uma mandíbula pesada e grandes molares. O cérebro é maior que o dos australopitecos, (cerca de 550 centímetros cúbicos). A mandíbula grande e a dentição pode ter sido uma adaptação à sua dieta. O boisei media 1 metro e meio e pesava 50 quilos. Presume-se que essas espécies lidaram com a mudança para um ambiente mais semelhante à savana que estava tomando lugar ao se especializar em uma dieta baseada em plantas de baixa qualidade. A mesma adaptação ocorreu no sul da África com a evolução do Paranthropus robustus.

Permanece incerto se essa espécie fabricava ferramentas; quando foi descoberta, ela foi tomada como um de nossos ancestrais fabricantes de ferramentas, já que o sítio também havia mostrado evidências de ferramentas de flint. Entretanto, o primeiro fóssil de Homo habilis foi depois encontrado no mesmo sítio.

Após a descoberta do Homo habilis, ele foi visto como o produtor das ferramentas. Por outro lado, é possível que outras espécies produziam ferramentas também. Pesquisas a respeito de ferramentas de mão do Paranthropus robustus, uma espécie que pensava-se ser muito semelhante ao Paranthropus boisei, mostrou que, anatomicamente, eles eram capazes de realizar a tão chamada habilidade de precisão. Então o Paranthropus boisei possuía os requerimentos anatômicos para fabricar ferramentas.


Modelo de crânio de Paranthropus boisei.


Comparação entre esqueletos de Paranthropus boisei e Homo sapiens sapiens (ser humano atual).


Comparação de arcadas dentárias de Chimpanzé atual, Paranthropus boisei (extinto) e ser humano atual.


Paranthropus boisei SKULL 'nutcracker man'.


Paranthropus boisei reconstituído.


  • Paranthropus robustus (2,0 m. a. - 1,2 m. a.)

Paranthropus robustus é um fóssil hominídeo que viveu na África do Sul faz entre 2 e 1,2 milhões de anos no Pleistoceno Inferior e no Pleistoceno Médio. Foi a primeira espécie do gênero Paranthropus a ser descoberta, embora durante algum tempo, considerou-se que a espécie pertencia ao gênero Australopithecus.

Características

O nome robustus foi dado porque os primeiros achados, na África do Sul, eram restos de mandíbula de grande tamanho, o que fez pensar que o seu corpo pudesse ser enorme. Mas descobrimentos posteriores fizeram com que se abandonasse essa hipótese, e verificou-se que o P. robustus tinha um corpo similar ao de seus antepassados Australopithecus.

Tinha um grande aparelho mastigatório, e se pensava era devido a uma especialização alimentar em raízes e sementes. Mas estudos recentes indicam que sua alimentação tinha sido mais variada, com diferentes tipos de gramíneas, sementes e talvez animais.

Seu rosto é achatado, com bochechas mais salientes e mandíbulas menos proeminente do que no Australopithecus afarensis. Tem uma crista óssea na parte superior do crânio, porém menor que a do Paranthropus boisei.

Havia uma grande diferença entre os machos e as fêmeas, especialmente no desenvolvimento das cristas sagitais, ausentes ou muito pouco marcadas no sexo feminino.

Os machos pesavam cerca de 40 quilos e as fêmeas ao redor de 32 quilos. Quanto à sua altura, havia grandes diferenças: o macho tinha estatura em torno de 1,35 m e as fêmeas cerca de 1,10 m.

A espécie Paranthropus robustus somente foi encontrada na África do Sul, e sua especialização parece ter sido menor do que no seu primo o Paranthropus boisei, talvez porque ele não viveu em ambientes tão secos, como este.

O Paranthropus robustus se desenvolveu em um período entre 2 e 1,2 milhão de anos e, portanto, também pode ter coexistido com outras espécies de nossa linhagem.

Depósitos

Os principais depósitos desta espécie são os sítios de Kromdraai, Swartkrans, Drimolen, Gondolin e Coopers. Na gruta de Swartkrans se encontraram os restos de 130 indivíduos; e estudos de suas dentições revelaram que a idade média desse grupo de hominídeos era de somente 17 anos.


Crânio de Paranthropus robustus.


(Paranthropus robustus - face) The original complete skull (without mandible) of a 1,8 million years old Paranthropus robustus (SK-48 Swartkrans (26°00'S 27°45'E), Gauteng,), discovered in South Africa . Collection of the Transvaal Museum, Northern Flagship Institute, Pretoria South Africa.

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Fonte principal: Wikipedia.

5 comentários:

  1. muito bom. seria interessante falar sobre o genero Homo

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    1. Até aqui preparei estas 6 partes, porém estarei preparando a 7ª parte sobre Homo para ser publicada.

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  2. Estudos maravilhosos. Pena que a variedade é tão grande que nos perdemos um pouco na verdadeira origem do Homo sapiem. Muitop bom esses esttudos feitos por voces. Grande abraço

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  3. Passo aqui para falar um bom estudo a todos os meus amigos estudantes

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